Educação Física: três sugestões para a garotada aprender e se divertir
Mesmo sem ser especialista, você pode planejar aulas divertidas para ensinar às crianças do Ensino Fundamental I conceitos como cooperação e criação de regras
Oba,
Educação Física! Essa é com certeza a aula mais esperada pela garotada,
mas, muitas vezes, acaba virando só um grande corre-corre no pátio.
Isso pode mudar: o programa da disciplina para turmas de 1ª a 4ª série
tem tudo para ser tão divertido quanto um recreio livre - e produtivo
também. Claro, você não é especialista, mas pode assumir essa tarefa e
propor diversas atividades. Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, o
currículo da matéria sugere ensinar a cooperação entre os colegas e a
criação de regras para brincadeiras em equipe. "Durante qualquer jogo
coletivo, os alunos aprendem esses conceitos, que serão aplicados em
diferentes situações da vida", afirma João Batista Freire, professor de
Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catarina. De acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a disciplina pode ajudar os
pequenos a entender também, entre outras questões, as diferenças
culturais e individuais. Isso inclui perceber, por exemplo, que meninos e
meninas têm potenciais distintos, mas que todos são capazes.
Na hora de fazer seu planejamento é importante ficar atento à faixa etária dos estudantes. Com as turmas de 1ª e 2ª séries, o trabalho com brincadeiras tradicionais é perfeito. O objetivo, nesse caso, é valorizar a cultura popular e dar autonomia aos pequenos na construção de regras. Para 3ª e 4ª séries, o enfoque se volta para os jogos pré-desportivos, que exigem a compreensão de normas mais complexas. A seguir, você confere três sugestões de atividades.
Ela divide os estudantes em duas equipes, que ficam em fila indiana, uma ao lado da outra. Apenas dois alunos - um de cada equipe - competem de cada vez. O jogador da equipe A precisa "queimar" o adversário com uma bola. O jogador da B tem como objetivo derrubar os cones - o mais rápido possível e com qualquer parte do corpo. Priscilla dá a partida e cronometra cada etapa. Quando o aluno da B é atingido, ele é substituído pelo próximo da fila. O mesmo acontece com o jogador da equipe A assim que arremessa a bola. Quando a fila termina, os papéis se invertem. Ganha a equipe que derrubar todos os cones em menor tempo.
Valorizar
as brincadeiras de rua é um dos objetivos da professora Cindy Siqueira
em suas aulas de Educação Física na Escola Anézio Cabral, em Osasco
(SP). Para começar o trabalho com a turma da 1ª série, ela lançou a
questão: do que vocês brincam com os amigos quando estão fora da escola?
"De Balança Caixão", um dos alunos respondeu, explicando como era a
brincadeira. Os colegas começaram, então, a discutir os detalhes das
regras que seriam seguidas por eles quando fossem brincar no pátio.
O Balança Caixão começa quando uma criança é balançada por dois amigos que a seguram pelas mãos e pernas. Enquanto isso, os demais cantam: "Balança caixão, balança você. Dá um tapa nas costas e vai se esconder!" Terminada a música, a criança que estava suspensa é deixada no chão com cuidado (providencie um colchonete para evitar impacto das costas do aluno com o solo) e espera por alguns instantes até que todos - inclusive os colegas que a seguraram - se escondam. Na hora da brincadeira, contudo, os alunos de Cindy tiveram que adaptar as regras. "Perguntei às crianças o que fazer, já que não havia esconderijo suficiente para todos no pátio", conta. A garotada resolveu o problema dividindo a classe em dois grupos que se alternariam: o de pegadores e o de fujões.
Numa etapa seguinte, a professora pediu aos estudantes para perguntar aos pais e vizinhos se conheciam o Balança Caixão e quais eram as regras no tempo em que eram crianças. A idéia era fazer a garotada descobrir em que pontos a brincadeira coincidia ou se diferenciava em relação à atual. Para enriquecer mais ainda a atividade, Cindy levou para a classe uma reprodução do quadro Jogos Infantis, do pintor Pieter Bruegel. A pintura apresenta 84 atividades lúdicas do século 16. "Os alunos ficaram maravilhados ao descobrir que as crianças daquela época conheciam uma brincadeira semelhante ao Balança Caixão", conta Cindy.
Parece
basquete, mas não é. No Bola na Torre, outra atividade proposta pela
professora Priscilla, da Fundação Gol de Letra, a meninada precisa
encestar a bola. Mas não é tão simples assim, porque a tabela se move! O
jogo, indicado para estudantes de 3ª e 4ª séries, desenvolve
habilidades corporais (como a pontaria) e sociais (como o trabalho em
grupo). Na hora de formar as equipes, meninos e meninas se alternam.
Assim, há um equilíbrio de forças e a garotada percebe as diferenças
individuais.
As regras básicas são as seguintes: um aluno de cada equipe segura a cesta para seu time. Cada um dos cesteiros sobe em um dos bancos suecos colocados em extremos opostos do pátio e segura o balde na mão, tentando fazer com que a bola entre nele. Como o banco tem apenas 20 centímetros de altura, não há perigo de a criança se machucar caso caia. Todos se revezam na função de tentar fazer a bola entrar no balde. "Nessa posição, a criança desenvolve o equilíbrio e a coordenação motora", explica Priscilla. A garotada pode criar outras regras: é permitido andar com a bola na mão? Quantas vezes a bola pode quicar antes de ser arremessada?
Se a classe for numerosa, logo os estudantes vão perceber que não dá para todos jogarem ao mesmo tempo. Eles mesmos vão pedir para dividir os times. Depois, é só prestar atenção para que ninguém se esqueça do regulamento.
Na hora de fazer seu planejamento é importante ficar atento à faixa etária dos estudantes. Com as turmas de 1ª e 2ª séries, o trabalho com brincadeiras tradicionais é perfeito. O objetivo, nesse caso, é valorizar a cultura popular e dar autonomia aos pequenos na construção de regras. Para 3ª e 4ª séries, o enfoque se volta para os jogos pré-desportivos, que exigem a compreensão de normas mais complexas. A seguir, você confere três sugestões de atividades.
1. Pinobol: atividade aeróbica para trabalhar em equipe
O Pinobol é indicado pela professora Priscilla Voss, da Fundação Gol de Letra, do Rio de Janeiro, para 3ª e 4ª séries. É um jogo que desenvolve a capacidade cardiorrespiratória das crianças e a cooperação. Para começar, a professora providencia alguns cones de plástico, daqueles de trânsito - de sete a 15 -, que são espalhados aleatoriamente pelo pátio. Se não houver esses cones, a dica é usar baldes ou banquinhos e cadeiras pequenas de plástico. "Quanto maior o número de cones, mais difícil fica o jogo. Por isso, o melhor é ir aumentando a quantidade de forma gradual", explica Priscilla.Ela divide os estudantes em duas equipes, que ficam em fila indiana, uma ao lado da outra. Apenas dois alunos - um de cada equipe - competem de cada vez. O jogador da equipe A precisa "queimar" o adversário com uma bola. O jogador da B tem como objetivo derrubar os cones - o mais rápido possível e com qualquer parte do corpo. Priscilla dá a partida e cronometra cada etapa. Quando o aluno da B é atingido, ele é substituído pelo próximo da fila. O mesmo acontece com o jogador da equipe A assim que arremessa a bola. Quando a fila termina, os papéis se invertem. Ganha a equipe que derrubar todos os cones em menor tempo.
2. Brincadeiras de rua adaptadas para a escola
Valorizar
as brincadeiras de rua é um dos objetivos da professora Cindy Siqueira
em suas aulas de Educação Física na Escola Anézio Cabral, em Osasco
(SP). Para começar o trabalho com a turma da 1ª série, ela lançou a
questão: do que vocês brincam com os amigos quando estão fora da escola?
"De Balança Caixão", um dos alunos respondeu, explicando como era a
brincadeira. Os colegas começaram, então, a discutir os detalhes das
regras que seriam seguidas por eles quando fossem brincar no pátio. O Balança Caixão começa quando uma criança é balançada por dois amigos que a seguram pelas mãos e pernas. Enquanto isso, os demais cantam: "Balança caixão, balança você. Dá um tapa nas costas e vai se esconder!" Terminada a música, a criança que estava suspensa é deixada no chão com cuidado (providencie um colchonete para evitar impacto das costas do aluno com o solo) e espera por alguns instantes até que todos - inclusive os colegas que a seguraram - se escondam. Na hora da brincadeira, contudo, os alunos de Cindy tiveram que adaptar as regras. "Perguntei às crianças o que fazer, já que não havia esconderijo suficiente para todos no pátio", conta. A garotada resolveu o problema dividindo a classe em dois grupos que se alternariam: o de pegadores e o de fujões.
Numa etapa seguinte, a professora pediu aos estudantes para perguntar aos pais e vizinhos se conheciam o Balança Caixão e quais eram as regras no tempo em que eram crianças. A idéia era fazer a garotada descobrir em que pontos a brincadeira coincidia ou se diferenciava em relação à atual. Para enriquecer mais ainda a atividade, Cindy levou para a classe uma reprodução do quadro Jogos Infantis, do pintor Pieter Bruegel. A pintura apresenta 84 atividades lúdicas do século 16. "Os alunos ficaram maravilhados ao descobrir que as crianças daquela época conheciam uma brincadeira semelhante ao Balança Caixão", conta Cindy.
3. Bola na Torre: um jogo para seguir e criar regras
Parece
basquete, mas não é. No Bola na Torre, outra atividade proposta pela
professora Priscilla, da Fundação Gol de Letra, a meninada precisa
encestar a bola. Mas não é tão simples assim, porque a tabela se move! O
jogo, indicado para estudantes de 3ª e 4ª séries, desenvolve
habilidades corporais (como a pontaria) e sociais (como o trabalho em
grupo). Na hora de formar as equipes, meninos e meninas se alternam.
Assim, há um equilíbrio de forças e a garotada percebe as diferenças
individuais. As regras básicas são as seguintes: um aluno de cada equipe segura a cesta para seu time. Cada um dos cesteiros sobe em um dos bancos suecos colocados em extremos opostos do pátio e segura o balde na mão, tentando fazer com que a bola entre nele. Como o banco tem apenas 20 centímetros de altura, não há perigo de a criança se machucar caso caia. Todos se revezam na função de tentar fazer a bola entrar no balde. "Nessa posição, a criança desenvolve o equilíbrio e a coordenação motora", explica Priscilla. A garotada pode criar outras regras: é permitido andar com a bola na mão? Quantas vezes a bola pode quicar antes de ser arremessada?
Se a classe for numerosa, logo os estudantes vão perceber que não dá para todos jogarem ao mesmo tempo. Eles mesmos vão pedir para dividir os times. Depois, é só prestar atenção para que ninguém se esqueça do regulamento.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Educação Como Prática Corporal, Alcides José Scaglia e João Batista Freire, 184 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161700, 23,90 reais
Educação de Corpo Inteiro, João Batista Freire, 224 págs., Ed. Scipione, 36,50 reais
Educação Como Prática Corporal, Alcides José Scaglia e João Batista Freire, 184 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161700, 23,90 reais
Educação de Corpo Inteiro, João Batista Freire, 224 págs., Ed. Scipione, 36,50 reais
INTERNETEm www.english.emory.edu/classes/paintings&poems/games.jpg você conhece a tela Jogos Infantis, do pintor Pieter Bruegel, utilizada pela professora Cindy Siqueira na atividade 2
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