domingo, 18 de maio de 2014

Lixo bem tratado, planeta reciclado


Objetivos
Reconhecer os impactos ambientais causados por resíduos sólidos
Introdução
"Jogue o lixo no lixo", pedem as campanhas educativas. Saber que uma pessoa gera em média 25000 quilos de detritos ao longo da vida assusta qualquer um. Estaria a Terra condenada a tornar-se um colossal depósito de refugos? O texto de VEJA abre uma boa perspectiva para você examinar, em sala de aula, o impacto ambiental causado pelas formas de disposição do lixo.

Prós e contras
Lixões, aterros sanitários, incineradores, usinas de compostagem e de reciclagem. Eis alguns destinos dos resíduos sólidos que descartamos. Todas essas formas de disposição do lixo oferecem prós e contras para o ambiente.

Os lixões, embora de baixo custo, expõem os dejetos a céu aberto. Sua estrutura precária permite a disseminação de baratas, ratos, pernilongos e outros animais transmissores de doenças como leptospirose, febre tifóide e micoses. Além do mau cheiro, a decomposição de materiais orgânicos exsuda um líquido ácido conhecido como chorume, que pode penetrar o solo e contaminar lençóis freáticos (veja infográfico).

Os aterros sanitários são instalações mais seguras, pois pressupõem a proteção do subsolo pela colocação de uma enorme manta plástica impermeável sobre o terreno onde será posto o lixo. Canaletas fazem escorrer o chorume e pequenas chaminés liberam o gás metano, fruto da decomposição promovida por bactérias anaeróbicas. Os detritos são dispostos em camadas que se alternam com camadas de terra e não ficam em contato com o ar. A manutenção dos aterros é cara e há o despedício de metano e de lixo potencialmente reciclável.

Os incineradores reduzem em mais de 90% o volume do lixo e o calor da queima pode ser convertido em energia térmica. No entanto, os modelos antigos emitem gases como dioxinas e furanos, comprovadamente cancerígenos. Os ambientalistas recusam o argumento de que são confiáveis os filtros instalados nos equipamentos mais modernos.

Usinas de compostagem transformam o resíduo orgânico em adubo. O produto, dependendo da composição do lixo, pode ter um alto teor de metais pesados, substâncias tóxicas que contaminam o solo e impregnam plantas. Uma vez consumido por animais herbívoros, o veneno das plantas pode chegar à nossa mesa.

Usinas de reciclagem processam uma parte do lixo, que vira novas matérias-primas. A solução parece adequada porque devolve ao ambiente produtos reutilizáveis. Os investimentos para implementar e operar essas usinas é alto. Sua viabilização depende da coleta seletiva, cujo sucesso está ligado à educação da população e à vontade política.

Atividades
1. Elabore com a classe um projeto de disposição de lixo para a sua cidade. Divida o trabalho em etapas. Primeiro, levante na prefeitura os seguintes dados locais: composição dos detritos (proporção de matéria orgânica, papel, vidro, plástico, metal etc.), produção por habitante, população total, número de casas atendidas pela coleta, formas de disposição de lixo e custos do poder público para realizar o processo. De posse dessas informações, peça aos estudantes que avaliem os riscos ambientais apresentados pela situação atual e que proponham soluções para o problema. Atente para as idéias simplistas, imediatistas e/ou inviáveis. Mostre à turma que certas estratégias ultrapassam o âmbito técnico, envolvendo aspectos políticos e financeiros. Após as fases de elaboração e correção, exponha os projetos para as outras turmas e - por que não? - para a comunidade.

2. Incentive os alunos a criar um plano de coleta seletiva do lixo na escola, visando à reciclagem. O exercício inclui a criação de uma campanha para conscientizar os colegas da importância de se jogar papéis na lata azul, plásticos na vermelha, metais na amarela e vidros na verde. Recipientes diferenciados devem comportar o material orgânico. A classe perceberá como é difícil mudar hábitos coletivos, mas terá uma oportunidade sem igual de exercer sua cidadania.

Lixo contado
Quanto mais rico, mais lixo o país produz. O que acontecerá então com o Brasil, neste ano em que se prevêem redução no Produto Interno Bruto (PIB) e expectativa de vida aumentada? E nos próximos anos? A reportagem de VEJA pode ser usada para propor em classe um exercício de Matemática com o objetivo de mostrar aos alunos como montar uma equação baseada em dados reais, embora aproximados. Os americanos, com renda per capita - PIB dividido pelo total de habitantes - de 28000 dólares, são os que produzem mais lixo.

Se o mesmo acontecer com o Brasil quando nossa renda per capita anual, que hoje é de 5000 dólares, for igual à dos americanos, cada brasileiro passará da média atual de 1000 g de lixo para 3200 g por dia. Peça aos alunos que considerem uma proporcionalidade direta entre o aumento da quantidade de lixo produzida por habitante e o crescimento da renda per capita . Isso significa estabelecer a relação, em que é a constante de proporcionalidade da relação citada. Ou seja, caso houvesse o hipotético crescimento de 23000 dólares na renda anual dos brasileiros, o aumento de lixo seria de 2200 g diários. A constante de proporcionalidade k é, nesse caso, 2200 4 23000 = 0,09 g de lixo para cada dólar de renda. Os alunos podem converter a relação acima numa fórmula mais geral. Para tanto, devem considerar um determinado ano com renda per capita e uma produção de lixo genéricas:
Assim, em gramas diários de lixo por habitante.
Saliente que essa equação é uma aproximação e se restringe aos intervalos de renda per capita considerados. Com a redução de 4% estimada para o PIB deste ano, a renda per capita ficará 0,96 vezes menor - será 0,96 . 5000. Por outro lado, o aumento populacional previsto de 1,4% vai dividir o PIB por 1,014. Ou seja, a renda per capita final será 0,96 . 5000 4 1,014 = 4733 dólares.
Os alunos chegarão ao valor da produção de lixo diária por pessoa: por dia.
Uma redução diária de 4 gramas.

Com procedimento semelhante, eles podem estabelecer uma equação para calcular o lixo produzido em cada cidade ou Estado.

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